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Foto do escritorLaMínima

La máxima história do LaMínima 25 anos

Atualizado: 28 de abr. de 2022

Projeto contemplado pelo 37º edital de Fomento ao Tetro para a cidade de São Paulo terá mostra de repertório, oficinas de formação, publicação especial e estreia de espetáculo inédito.


Em 30 de agosto de 2022 a companhia LaMínima completará 25 anos de atuação nas artes cênicas, integrando as linguagens do teatro e do circo. A fim de ampliar as possibilidades de interseção de fazeres e proporcionar atividades diversas para o público, a companhia convida a todos para essa celebração da arte popular brasileira por meio de diversas ações artísticas e de formação: a pesquisa sobre a construção de mitos e suas implicações no dia a dia de um povo contadas a partir da perspectiva da figura da cômica do palhaço. A pesquisa colaborativa será a alicerce para a montagem do 17º espetáculo da companhia e uma temporada de 20 apresentações do espetáculo precedidas de 04 ensaios abertos ao público; Mostra gratuita de repertório de espetáculos de sala e rua ainda ativos em nossa trajetória; oficinas abertas para todos os públicos nas quatros zonas da cidade de São Paulo; Encontros abertos sobre os processos de montagem e pesquisa do espetáculo e as práticas de humor, transmitidos online pela internet e uma publicação especial de 25 anos.


TEATRO E CIRCO

LaMínima é uma companhia de circo-teatro criada em 1997 por Domingos Montagner e Fernando Sampaio, que se conheceram no Circo Escola Picadeiro, na cidade de São Paulo. O primeiro espetáculo da dupla mesclava comicidade física e trapézio e deu nome ao grupo: LaMínima Cia. de Ballet. Com ele, descobrimos nossa vocação para a arte circense e popular, estabelecendo a dupla de palhaços Agenor (Domingos Montagner) e Padoca (Fernando Sampaio).

Em seguida, criamos À La Carte, produzido por Luciana Lima, que se juntou à companhia. Com ela, criamos mais catorze espetáculos de rua, teatro e picadeiro, para públicos de todas as idades. Em 2010, convidamos Filipe Bregantim e Fernando Paz para integrar o nosso núcleo de criação. Em todos esses anos, apresentamos nosso repertório por todo o Brasil pelo qual recebemos diversos prêmios, mas nosso solo principal é a cidade de São Paulo. Somos uma companhia de repertório, como espetáculos para todos os públicos e locais, tendo sempre como foco estar sempre se apresentando, próximo do público e buscando apoio de todas as instituições, públicas ou privadas. dispostas a receber nosso trabalho. É no encontro com o público onde avançamos nosso teatro. Uma vez criado o espetáculo, propomos apresentá-lo a um público diversificado, de todas as idades, origens sociais e referências culturais, dando continuidade à proposta da companhia de criar espetáculos populares e de amplo alcance.

Circo Charanga - Foto: Carlos Gueller

O grupo busca unir a linguagem do circo e a construção teatral em suas montagens, ao mesmo tempo em que recria formas narrativas. Para a cia. LaMínima, o palhaço é a expressão perfeita para seu depoimento artístico expresso em quase 25 anos de história. Ele é o autêntico interlocutor entre as pessoas e a realidade, trazendo o humor para a interpretação de seu ambiente e contradições.

Teatro é encontro, e o burburinho e a risada do público são música para os nossos ouvidos. Mas silêncio também é música. E quando a plateia está em silêncio (se não for o espectador dormindo) estamos construindo com ela um pensamento que, se tudo der certo, vai explodir em riso. Porque palhaçaria sem riso não é palhaçaria, e o riso, com o pensamento, está em boa companhia.

Se além de divertir e fazer pensar, conseguirmos comover, estaremos mexendo com o espectador por inteiro. Conjugando razão e sentimento num olhar bem-humorado sobre o ser humano e o mundo. Os palhaços têm como função principal provocar graça e riso na plateia, mas eles não são todos iguais. Eles executam funções diferentes para contar a história. Os dois (Branco e Augusto) formam a dupla mais tradicional de palhaços, num contraste apolíneo e de bacante de ordem e desajuste. O Branco seria a voz da ordem e o Augusto o marginal aquele que não se encaixa no processo, na máquina. Essa é a base da construção desses seres.

Na passagem para o teatro o nosso papel é usar essas figuras para a construção de diversos personagens. Em qualquer espetáculo da companhia - seja o Reprise que trata de uma competição entre dois palhaços ou em Pagliacci, uma ópera italiana, sempre demarcamos quais são os palhaços em cena e suas características. As cenas orbitam entorno deles.


SOBRE O PROJETO LA MÁXIMA HISTÓRIA DO LAMÍNIMA – 25 ANOS

Entorno do mote principal – os 25 anos da companhia –, diversas ações são propostas, visando transmitir ao máximo os conhecimentos e encontros dos artistas que compõem este projeto. Alguns deles compõem a base da fundação e do desenvolvimento da companhia, e outros passarão a fazer parte de nossa jornada a partir de agora.

Trata-se de uma celebração pelos artistas que resistem nos palcos, praças, picadeiros, ruas e auditórios. Um encontro de gerações olhando para seu próprio trabalho e forma de ser e estar na cidade e nas artes para refletir e criar um teatro que seja, cada vez mais e sempre, popular com a cara de seu público.


ESPETÁCULO INÉDITO

“Loucos e palhaços vão sempre existir. São eles que não nos deixam esquecer, que o ser humano é torno. O dinheiro é só um jogo, e a violência é ridícula.” (Mistero Buffo - 2012)


O espetáculo dará sequência à pesquisa da linguagem da companhia desenvolvida ao longo de mais de duas décadas, propondo um debate filosófico através da realização de um espetáculo fundamentado na comicidade física e na musicalidade excêntrica, de viés crítico e reflexivo, buscando, através da rica alegoria apresentada por seres mitológicos, tratar do ser humano e do mundo contemporâneo. Um espetáculo popular, destinado a um público de diversas idades e origens sociais.

O processo de criação do LaMínima parte da improvisação de cenas e números circenses a partir do tema proposto para a montagem. O repertório e a pesquisa dos artistas da companhia, embasados na palhaçaria clássica, no teatro de popular e na reinvenção desses mesmos conceitos, em parceria com os artistas convidados. Seu recorte está na falha, naquilo que expõe o ridículo, pela figura nobre e contraditória do palhaço. A cada novo trabalho, a companhia busca novos parceiros e novas formas de falar sobre os assuntos que consideram relevantes de serem contatos.


ENCONTROS COM EQUIPE CRIATIVA

“O palhaço é uma coisa que você nem sabe definir o que é, mas ele te leva à loucura!”. (Alice Viveiro de Castro, para o documentário Pagliacci – 2017).


Esse encontro com profissionais e estudantes de artes cênicas busca transmitir as informações e experiências adquiridas ao longo dos anos de trabalho, e como se dá o encontro de novos profissionais agindo sobre três atores/palhaços e sua ingovernabilidade. Nesses encontros, os profissionais envolvidos na criação do espetáculo da companhia falarão sobre o processo de criação do espetáculo inédito, em particular, e sobre os elementos que compõem a criação de um espetáculo, em geral, como desenvolvimento de dramaturgia, criação e aproveitamento de cenas, concepção de trilha sonora, desenvolvimento de linguagem, entre outros temas que surgirão da interação com os participantes.


PUBLICAÇÃO 25 ANOS CIA LAMÍNIMA


Quadrinhos de Laerte base o espetáculo de 2008.

O LaMínima possui uma parceria com a Laerte tanto em trabalhos de criação artística e estética de comunicação: Luna Parke, Piratas do Tietê - o Filme e A Noite dos Palhaços Mudos. Além das montagens, Laerte foi responsável por traduzir em tirinhas e comunicação visual o espetáculo Athletis, de 2011 e a programação da mostra “LaMínima ao Máximo” do Sesc Pompeia, em 2013. Também foi para ela que pedimos o primeiro rascunho para a montagem desse novo espetáculo comemorativo de 25 anos. Desta vez partiremos para uma publicação em formato de programa especial impresso dos 25 anos da companhia. A publicação será distribuída para estreia do espetáculo inédito. Ao final, ela será disponibilizada em PDF no site do grupo.


MOSTRA DE REPERTÓRIO DE ESPETÁCULOS DE SALA E RUA

O La Mínima tem uma trajetória significativa dentro da história recente do circo contemporâneo no Brasil, e em especial, em São Paulo, onde desenvolve a maior parte de seus projetos. Todos os espetáculos são elaborados com o intuito de permanecer em repertório para apresentações em qualquer lugar e situação. Das 16 obras criadas, 08 ainda circulam pelos palcos, praças e circos do Brasil, em sua maioria peças, cenários, adereços e figurinos originais. Aliada a produção dos espetáculos, a companhia mantém uma rotina de registro de toda a sua obra, com vídeos, fotografias, anotações e desenhos, mas para o teatro, a melhor forma de entrar em contato esta arte é em seu estado ativo. Por isso propomos uma circulação de seis obras da companhia passíveis de circular pela cidade. Com ela, pretendemos percorrer as quatro zonas da cidade de São Paulo, de preferência locais onde ainda não tivemos a oportunidade de nos apresentar. Trata-se de uma maneira de dar continuidade ao processo de transmissão de informação, tão necessária à formação dos profissionais e a construção das subjetividades da cidade.


Espetáculos de rua

Luna Parke (2002), criação coletiva e direção de Chacovachi;

Rádio Variété (2010), criação coletiva com supervisão artística de Antônio Nóbrega;

Circo Charanga (2020), de criação coletiva e direção de Luiz Carlos Vasconcelos.


Espetáculos de sala

A noite dos palhaços mudos (2008), roteiro da cartunista Laerte e direção de Alvaro Assad;

À La Carte (2001), roteiro de Paulo Rogério Lopes e direção de Leris Colombaioni;

Ordinários (2018), texto da companhia LaMínima e Newton Moreno com direção de Alvaro Assad.



OFICINAS DE FORMAÇÃO

As oficinas do LaMínima têm por objetivo contribuir para a difusão do saber adquirido em mais de duas décadas de prática do ofício teatral e para a formação de profissionais em início de carreira. Acreditamos que a transmissão do conhecimento é fundamental para o desenvolvimento das artes cênicas, das artes do circo e da palhaçaria, assim como uma forma de retribuição aos mestres que nos ajudaram a construir nosso caminho.

Pretendemos também promover momentos de encontro e de trocas de saberes. Estamos chegando aos 25 anos de trabalho ininterrupto. Entendemos nosso lugar de ‘referência’, mas também precisamos ampliar a nossa escuta, a capacidade de interagir com todos os públicos. Entre os grandes temas escolhidos pela companhia escolhemos o Entradas Clássicas e Comicidade física. Realizaremos uma oficina de cada em cada região.


Oficina Entradas Clássicas de Palhaço

Dentro da estrutura, do programa de um circo, caracterizado como uma aglomeração de números de várias artes, a arte cênica se apresenta por meio do Palhaço. Estas participações recebem o nome de “Entrada”. Na arte da palhaçaria, as entradas se traduzem como apresentação de cenas e esquetes ou números de dança, acrobacia, música, mágica entre outros. As entradas com a estrutura específica de esquetes, também recebem o nome de “Reprise”.

As reprises clássicas, são cenas curtas que podem variar de 3 a 12 minutos. Elas possuem uma introdução – desenvolvimento – desfecho e saída (começo meio e fim). A introdução pode às vezes servir como o prólogo do que será história, ou uma abertura que não se relaciona com o tema. Sua função é levar os palhaços para a cena e chamar o público. Elas seguem a história da arte dramática: precisa de um como, um porquê, onde e para onde. Existe a grande diferença na interpretação, pois são personagens, mas acima de tudo, são palhaços que executam. Sua interpretação, intensidade, ritmo são amplificados de acordo com a arte da palhaçaria e da necessidade, pois as entradas de palhaço ‘competem’ com trapezistas, ilusionistas e acrobatas.

Buscando dar continuidade à tradição da transmissão oral do conhecimento dos elementos formativos da arte do palhaço de picadeiro, serão abordadas principalmente as entradas clássicas, a comicidade física e a utilização da música e/ou instrumentos excêntricos através de técnicas e recursos que envolvem estas linguagens.


Oficina Comicidade Física

A comicidade está em todas as práticas do palhaço. Comicidade é uma expressão latina Comiccittá (italiano), Comic (francês). A expressão comicidade física vem ganhando forma ao longo dos anos, pois não se trata de uma técnica específica, mas sim da reunião de várias técnicas, truques e coreografias que o palhaço utiliza para provocar o riso usando o corpo como meio de comunicação. Trata-se de um preparo físico atlético para elaboração de sequencias cômicas.

Imaginem fazer uma apresentação com números que envolvem cascata (quedas), claque (tapas), escada (queda de escadas), tropeço, segunda altura, rolamentos sem preparo físico e sem técnica para que seja algo cômico ao invés de trágico? Essa é a base desta aula: ensinar expressões e como fazer truques simples. Não se trata de uma técnica específica, mas sim da reunião de várias técnicas, truques e coreografias que o palhaço utiliza para provocar o riso usando o corpo como meio de comunicação. Trata-se de um preparo físico atlético para elaboração de sequencias cômicas.

Nestes encontros a companhia vai dividir algumas técnicas como ‘cascar’, ‘cair de frente e de costas’, ‘dar tapa’. São sequências simples, mas que têm papel importante no desenvolvimento do palhaço e sua performance em cena, integrada ao espetáculo.


O projeto LA MÁXIMA HISTÓRIA DO LAMÍNIMA será realizado durante todo o ano de 2022 e 2023. Para saber mais sobre datas e atividades, acesse a agenda da companhia no site e também nas nossas redes sociais onde postamos a agenda completa da companhia de mês a mês.

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